20.4.06

É tempo de reaprender, escrever pouco mas escrever.

7.2.05

Quem irá morrer nesta campanha?

5.2.05

Pavimentadas de merda as ruas de Lisboa.
A ruas de Lisboa estão cheias de merda.

Paula Rego do Cú

14.3.04

Madrid revisited de Ruy Belo

Não sei talvez nestes cinquenta versos eu consiga o meu propósito
dar nessa forma objectiva e até mesmo impessoal em mim
habitual
a externa ordenação desta cidade onde regresso
Chove sobre estas ruas desolada e espessa como esmiuçada chuva
a tua ausência líquida molhada e por gotículas multiplicada
0 céu entristeceu há uma solidão e uma cor cinzentas
nesta cidade há meses capital do sol núcleo da claridade
É outra esta cidade esta cidade é hoje a tua ausência
uma imensa ausência onde as casas divergiram em diversas ruas
agora tão diversas que uma tal diversidade faz
desta minha cidade outra cidade
A tua ausência são de preferência alguns lugares determinados
como correos ou café gijón certos domingos como este
para os demais normais só para nós secretamente rituais
se neutros para os outros neutros mesmo para mim
antes de em ti herdar particular significado
A tua ausência pesa nestes loca sacra um por um
os quais mais importantes que lugares em si
são simples sítios que em função de ti somente conheci
e agora se erguem pedra a pedra como monumento da ausência
Não vejo aqui o núcleo geográfico administrativo de um país
capital de edifícios centro donde emanam decisões
complexo de museus bancos jardins vida profissional turismo
que um dia conheci e não conheço mais
Aqui só há o facto de eu saber que fui feliz
e hoje tanto o sei que sei que sê-lo o não serei jamais
12 esta a capital mas capital não de um certo país
capital do teu rosto e dos teus olhos a nenhuns outros iguais
ou de um país profundo e próprio como tu
Madrid é eu saber pedra por pedra e passo a passo como te perdi
é uma cidade alheia sendo minha
é uma coisa estranha e conhecida
Abro a janela sobre o largo e o teatro onde estivemos
e onde na desdémona que vi te vi a ti
Não é chuva afinal que cai só cai a tua ausência
chuva bem mais real e pluvial que se chovesse
Mais do que esta cidade é só certa cidade que jamais houvesse
numa medida tal que apenas lá profundamente eu fosse
e nela só a minha dor como uma pedra condensada
de pé deitada ou de qualquer forma coubesse
uma cidade alta como as coisas que perdi
e eu logo perdi apenas conheci
pois mais que a ela conheci-te a ti
Foi de uma altura assim que eu caí
superior à própria torre desse hotel
por muitos suicidas escolhida para fim de vida
Não é esta cidade essa cidade onde vivi
onde fui ao cinema e trabalhei e passeei
e na chama do corpo próprio a mim sem compaixão me consumi
Aqui foi a cidade onde eu te conheci
e logo ao conhecer-te mais que nunca te perdi
Deve haver quase um ano mais que ao ver-te vi
que ao ver-te te não vi e te perdi ao ter-te
Mas a esta cidade muitos dão o nome de madrid

Ruy Belo

11.3.04

Um blog intelectual: tudo sobre mamas e futebol.

9.3.04

Demente, um fluxo que me atravessa e me põe dormente.
A arte! Nua. Como a mais bela das mulheres. Nua com os seus defeitos: belos.
Na loucura do jogo dos espelhos, sinto-me vivo: tremem-me os joelhos.

3.3.04

Vianna da Motta nome de avião? Portugal não merece. Eusébio está mais de acordo com o país mínimo.
Quem é o Avelino Torres? Perder tempo a brincar com merda não é minimalista.

2.3.04

Boas notícias: estes labregos fecharam a porta. Más notícias: juntaram-se a mais labregos para outro blogue.
Uma formiga inconsequente. Já não há suicidas sérios, apenas fingidores.

25.2.04

Este blog e o meu têm uma coisa em comum: ambos parecem o diário de Kumba Ialá. O meu tem menos palavras, logo menos disparates.
Um bloco de gelo lá no espaço, estranhamente perto.
Santana, um pénis gasto...
Este é a prova que ser imbecil é o que mais conta na blogosfera portuguesa.
Nesta longa jornada poderei ver e ouvir minha amada?
Jornada sem mapas por mensagens cifradas.
Eu e tu na rua, eu vestido de céu e tu... nua.

19.2.04

Eu e tu bebendo amor e comendo vinho.
Soares: uma nádega viajada.
Cada dia um esforço para vencer o hábito. o movimento, a escrita e a morte. Hoje consegui comunicar aqui. Gerir o silêncio, nem Cage o conseguiu...

6.2.04

Um ou dois dias sem escrever aqui, nada significa, nem preguiça, nem gestão do silêncio. A esquizofrenia contraditória entre calar pensando e a arte sucinta de o dizer. Agora filetes de tamboril.

4.2.04

Um crítico sem autocrítica pedante e prolixo. Na música minimalista, na pretensão maximal. Há quem goste... Ao menos não fala disto.
Truta rima com quê? Certamente não é com minimalismo!

3.2.04

Mesmo que Cristo não tivesse biblioteca sabe bem dormir uma soneca ouvindo música depois de ler...
Mesmo que seja dormir, às vezes sabe bem cumprir.
Sabe bem ter uma obrigação e fazê-la com paixão.
Sabe bem ter um disco para escutar e não deixar a ocasião passar.
Sabe bem ter um livro para ler e lê-lo. Dentro de uma banheira de água quente, nu em pêlo.

2.2.04

Ele: Nem sabes a sorte que tens em estares casada comigo!
Ela.: Porquê?

31.1.04

18- As terras do nunca, muito post, pouco conteúdo, o habitual. Aqui temos o mesmo conteúdo, com menos treta.
A arte mínimal é a máxima das artes.

27.1.04

17- Podia ter ficado calado, no seu compasso minimalista. Voltou. Seja bem reaparecido, a simpatia despretensiosa e prolixa é uma qualidade... não minimal.
Escrevo um artigo e corto tudo, no fim sobra um ponto. Porquê?
Sonho: nada dizer, tudo pensar. Minimalista, o que se diz quando se maximiza o pensamento. Comunicando.

26.1.04

16- O respeito do minimalista, apesar da prolixidade, barroquismo das imagem e falta de sentido crítico, apesar da música não desejada.

25.1.04

Ícones do homenzinho português: Zézé Camarinha, Tomás Taveira e Capitão Roby. Objectivo de um qualquer pipi lusitano.

23.1.04

Minimalismo: o único blogue em que todo o post cabe nas citações do http://beta.technorati.com/.
A possibilidade de sentir que se assume. Pretensiosa ou não? Questão irrelevante. Assusta quem já não sonha.
15- Um mar sem ponta de sal. A prova que o título pode ser maior que o objecto. Um umbigo do tamanho da blogosfera, mínimo.

22.1.04

Pedidos ao minimalismo: a vossa vez chegará. Devagar, com poucas palavras. A paciência é uma virtude minimalista.

Em lugar do cérebrozinho: o pénisinho, a única resposta possível de um lusinho. Vindo do futebol, entrando na tasca e exibindo a sua "performance sexual". É a ironia portuguesa. Há quem goste.

14- Sonhando com o Tavares, comendo sandes no Gambrinus, rezando para entrar no Lux sem pagar, falando do Che de caminho. A esquerda caviar: Trabalhadores?
13- Umas calinadas, muito sonho, muito empenho e negócio à vista. Demasiado confuso para aspirar ao minimalismo.
12- Servo de uma empresa qualquer, futebolinho, pequenina burguesia, economiazinha, inveja baixinha, julga-se engraçadinho. Vantagem do minimalismo: não me armo em engraçado nem alinho em grupinhos de miúdos.
11- A inteligência e a popularidade não combinam, o esterco atrai as moscas.
10- A flor de obsessão é um prolixo tratado sobre a banalidade obsessiva e a reflexão à superfície de um autor mínimo. O Minimalismo é pensamento profundo, por poucas palavras.

15.1.04

9- Trinta patetas alegres a escrever. Sem nada para dizer.
Minimalismo: blogue, demasiados posts pouco concisos. Exaustiva análise de onanistas, tempo perdido.
8- Minimalismo é não levar um pontapé do Barnabé que ninguém sabe o que é.
7- Pontos nos ii: o cérebro desta jovem não é minimalista, é mínimo.

4.1.04

6- Um dicionário do diabo gorducho, vende-se.
Demasiadas letras e um pobre diabo.
5- Os marretas da Beira Interior são compulsivos no desamor em milhões de caracteres carentes...
Conseguimos o mesmo com caracteres ausentes: o vazio sem humor.
4- Um petiz viu um escritor, achou que lhe calhava bem e desatou a escrever sem parar.
Calado poderia ter passado por culto, a prova que o minimalismo vence.
3- "O meu pipi": prolixidade, compulsão sexual, recalcamento e frustação.
Minimalismo: sucinto e com menos dinheiro.
Na estória dos blogues o mesmo balde do lixo
2- O Minimalismo é mais eficaz que o Gato Fedorento.
Lê-se mais depressa e tem a mesma piada. Nenhuma.
1- O que temos a mais que abrupto?
Dizemos mais, por menos palavras.

1.1.04

Mais um dia, no diário do nada.

One more day, in the diary of the nothing.